quinta-feira, 19 de março de 2009

Lara Livre

Por onde passava, chamava atenção. Era aquele andar peculiar. De tão leves, seus passos desexistiam, segundos após se formarem no ar eminente ao chão. Faziam a terra desistir de ser dura e estremecer, desorganizando tudo à volta.
Ninguém conseguia prender Lara ao solo nem determinar seu caminho. Sempre à deriva. Seu único senhor e guia era o vento. Bem tentarem driblá-lo e conduzi-la a qualquer canto – em vão.
Até que um dia passou tal ventania que levou Lara da vista de toda gente que, de tanto descrente, foi procurá-la. Acharam-na à beira d’um penhasco, prestes a cair, e estaticamente segura por um fio de corrente de ar contra o desfiladeiro abaixo.
“Vem Lara, vem, por que não se salva?”, clamavam as gentes. Sua fala tão livre quase não podia se materializar. Até que se esboçou assim: “meu pé de vento”. Então todo mundo entendeu: Lara Livre era presa à sua própria leveza e nunca a desobedeceria.
A gente voltou a suas liberdades e prisões pensando no descabimento de ser livre por obrigação.

8 comentários:

Gustavo Braga disse...

Pela primeira vez (não por falta de competência) você conseguiu me deixar sem palavras.

_genial

Unknown disse...

é!
mas ser preso ao vento nao é ser muito livre.. entao a liçao de moral n pegou mto. Mas devemos mesmo tomar cuidado com as perspectivas

Fontes disse...

Ué, mas não era essa a intenção?

Você está inspiradíssima nestes últimos tempos.

Bruna Escaleira disse...

brigada, queridos!

Rael, não tem lição de moral alguma! hehe

é contraditório mesmo, nem eu tenho as respostas pras lacunas desse texto - e fechá-las não é a intenção mesmo..

hoje em dia tem muito desse negócio de se sentir livre quando não se é e o contrário também.
fico confusa,
todo mundo parece confuso..

Pedro Sibahi disse...

jah ouvi um cara falando que aqueles realmente livre são um saco, por isso eu acho que sou um pouco irritante, mas tem algo de legal! (me achei, oh)

Alice Agnelli disse...

esse seu texto, sensacionalmente escrito, para mim trouxe aquela idéia de estarmos condenados à liberdade.

não sei que mal tem nisso.
ou se é um mal ao qual eu me sinto totalmente disposta a ter.

ai, bru, às vezes vc me faz pensar tanto e tanto que eu fico confusa.

mas eu gosto!
hehe

beijo beijo

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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