terça-feira, 26 de agosto de 2014

frequentemente

a vida (pós)² moderna
parece uma guerra
pra enfiar farrapos velhos
numa maleta compacta

o design inteligente
não comporta
rendas
rasgados
botões
só zíperes (embutidos)
- uma vida sem fissuras!

o dia-a-dia na metrópole
- toda ralada!
não se dá com babados
sapatos de verniz
e melancolia

sai bem na foto 3x4
do formulário do dentista
onde escovo frequentemente [x]
mas não há um quadradinho
em que caiba carne e osso

quinta-feira, 13 de março de 2014

lançamento do meu livro!

salve-salve, amigos leitores!

finalmente está chegando o grande dia :)

espero vocês lá e ajudem a divulgar ;)



Editora Patuá lança “entranhamento”, poemas de Bruna Escaleira

Imagem inline 1

entranhamento é o livro de estreia de Bruna Escaleira e reúne sua produção entre 2012 e 2013. A autora, que já publicou poemas em revistas e realiza vários projetos literários, agora nos reúne algumas séries de poemas em uma obra única de mais fôlego, editada pela Patuá.

O lançamento será na quinta-feira 27 de março no Bar Canto Madalena (Rua Medeiros de Albuquerque, 471, Vila Madalena), das 19h às 23h, e contará com apresentação do Coletivo Teatral 2ª Opinião. A entrada é gratuita e o livro, em edição especial em capa dura, estará à venda por R$ 35,00 (somente dinheiro ou cheque). Também é possível adquiri-lo pelo site da editora.

despir-se

escrever é o ato público
mais íntimo
porque as letras tocam apenas
quando a pele se faz eu lírico
só o poeta nu
escuta as flores

Escrever: o ato público mais íntimo

Prefácio da escritora Ana Rüsche

entranhamento é uma visita a si mesmo. Amorosa, afável, nem sempre com a mesa posta, muitas vezes, com a bagunça da cama desarrumada. Visita ao âmago, às essências das coisas, aos amigos, ao doméstico, ao que está além da pele, adentro e mais adentro. O transe ancestral de visitar outros lugares e devolve-los como estrangeira.

Começa com uma janela aberta, a que trazia o mundo a nos visitar. Com uns pisca-piscas mal colocados, a televisão ligada na penumbra da sala, o aconchego de porta aberta. Que se fecha em torno da boca, a tua boca, boca leve, boca que cura. Que tece as “odeeiras” (“te odeio sem força alguma“), que tece o amor (“uma insanidade institucionalizada”). Embrenha-se, escancara-se.

O ato público mais íntimo. Escrever. Qualquer ideia esbarra na poesia. Porque publicar é inevitável e necessário.

Veja mais poemas aqui.

Sobre a autora
Bruna Escaleira nasceu em 27 de outubro de 1988 em São Paulo. Formou-se em Jornalismo pela ECA-USP, cursa Pós-Graduação em Jornalismo Cultural na FAAP e trabalha na TV USP.

Escreve desde que aprendeu a combinar as letras. Publica no blog http://algo-a-declarar.blogspot.com desde 2007. Faz parte do coletivo artístico literário Circular de Poesia Livre, que discute feminismo, sexualidade e sexo.

Colabora com o site do Instituto MundoMundano e participou de suas duas coletâneas impressas. Teve poemas publicados no site da Originais Reprovados – A revista literária dos alunos da USP #6(2010) e na Originais Reprovados #7 (2011) impressa. Foi selecionada para a coletânea do Concurso Nacional Novos Poetas, Prêmio Poetize 2014.

entranhamento é sua primeira obra completa publicada e reúne criações de 2012 a 2013 – a capa também é de sua autoria. algo a declarar será seu segundo livro publicado, e reúne textos produzidos entre 2007 e 2012, com ilustrações da própria autora.

Para saber mais: 

Sobre a editora
Editora Patuá - Livros são amuletos - é uma alternativa no mercado editorial: publica bons autores que ainda não encontraram espaço nas grandes editoras, mas que não desejam pagar pela edição da própria obra, apresentando ao público livros com excelente qualidade gráfica e, sobretudo, literária.

O foco editorial é a Literatura Brasileira Contemporânea, nos gêneros poesia, conto, crônica e romance.

Em 2013, ganhou destaque com a premiação do romance Desnorteio, de Paula Fábrio, pelo São Paulo de Literatura na categoria estreante, e pela indicação de Vário som, de Eliza Andrade Buzzo aos finalistas do Prêmio Jabuti na categoria poesia.

Para saber mais: 
http://www.editorapatua.com.br

domingo, 5 de janeiro de 2014

presságio

as nuvens são indicadores de mudança. quando o céu se forma bem alto e grande e o ar fica espesso da minha janela, é tempo do novo vento passar. na fresca da madrugada, o ar se areja e forma-se um vale desta colina até a parede de nuvens ao longe. são tão consistentes, parecem uma enorme encosta de montanha homogênea, sem rachaduras. destacam-se, porém, alguns cúmulos menores, mais fluidos, como árvores frente à chapada. são estas, pequeninas, as que se movem com a passagem da revolução.

elas vêm pra dizer que não há renovação sem delicadeza.

.quem não é capaz de sentir as cócegas do vento,
não pode sonhar