segunda-feira, 12 de maio de 2008

A cidade

É uma colina, a cidade, nunca antes tinha reparado, mas lá de cima dava pra ver. Só se percebe que se está em cima quando se olha pra baixo. Um morro sem vegetação, tão cheio de construções complexas, e tão vazio, quase deserto. Só se enche quando a vista molhada de emocional aconchego turva as luzes dos prédios, desfaz janelinhas e as mistura em pinceladas de tinta a óleo. Daria até pra escorregar do morro, sem nem precisar de papelão como na grama do sítio. O rio da Paulista abastece a superfície da cidade fértil, como horta em jardins caseiros.

Tem até vento de paisagem – paisagem de fotografia, não de pintura. Ventania de dias, de horas, não de estações de colheita. Tempismos de cidade, que mudam com as batidas dos corações dos transeuntes, mesmo sem trânsito, que estremecem o chão até quando debaixo, no metrô.

A metrópole é abastecida de lava de gente, suor, energia, saliva: tudo transborda e se absorve, nunca se tem certeza completa. Se um espirro virou prédio, farolete ou lágrima na próxima estação; ou se fez cócegas nos vidros eriçados de ar condicionado a abrirem em sorrisos de floreiras improvisadas.

Edifícios metamórficos subidos de estruturas ígneas de leva quente, canalizada até chegar nas torneiras tagarelas. Tudo fala, palavras que salpicam e empesteiam tudo com o vento desavisado de convite pra entrar. Encobre tudo, depois voa, aos poucos, alguns ficam, sedimentos. Mas cidade que não vira petróleo, não dá tempo, consome-se antes, ela mesma.

Queria ser total-flex, mas é um pouco conservadora nas calçadas, bueiros e recuos. Já foi rasgada, laceada, aceita a diferença, mas nem todas as ruas são rios, ainda há vielas estreitas, quadradinhas, difíceis de se passar – é tudo pra formar padrão de estampa, desenho, charme, identidade.

É como um tecido, dobrável, voável, enrugável, mutável. Mas de estampa, definida. É certo nas suas descertezas corriqueiras, faceiras como o véu da moça despontando no corredor, pra depois sumir na neblina da alma da urbe, esvoaçada.

As almas que vivem aqui são todas líricas, pra poder esgueirar-se pelas retidões cubiculares do concreto, volatescentes, voláteis, fosforescentes, caleidoscópicas.

Imagine que há até lugar pra amor, e pra desespero, que fica preso no vácuo dos ralos estúpidos, é desespero de ver-se sem ar citadino, que já tem o ritmo dos pulmões sem nem precisar estar atento a ele.

É numa loteria que os amigos se espalham pelos bairros como ping-pong. Longe é preguiça de coração, quando cabeça está nuvem de fumaça, turbilhão, confunde sensos.

Não existe lugar pra “para”, só nas placas de “Pare”; de resto, transmutam-se em ‘pras’, preás andantes de bocas em rimas pra cima e pra baixo, pelos ouvidos da cidade, sem parar.

A lua desponta pra lembrar onde é o topo da colina, pra pensamentos flutuarem até pingar no teto-força, que força reunir tudo sem se esforçar. E não é hábito de aglomerar, é cabeça detalhe em multidão, exceções ambulantes.

Só aqui fôlego nasce do fogo, sol se põe de manhã, chuva molha pra cima, noite propaga-se do meio-dia. É gente, é tempo sem espaço, espaço destempado. Compasso de tudo um pouco sem ficar com ritmo de nada. É que se ganha nos degraus de dias latentes de cada mastigada de vigor corrente nas veias de lá – que, incrivelmente, é aqui também.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

salpicoS'

Me distraio com gostos
Durante o tédio
Sempre um chiclete na boca

Não sou focada
Os focos dispersam as pessoas
Nós somos informes
Somos os embaçados
Num mundo de múltiplos enfoques

Quanto mais se foca, mais se dispersa
Se distrai, se diverte
Eu me divirto, entre outros detalhes,
Com gostos

O mundo é muito saboroso pra passar sem sal nem açúcar
Por isso, as pimentas!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Síndrome do tédio frenético

Mais uma anomalia moderna. Atenção, pesquisadores de curiosidades (ir)relevantes de plantão! Hey, vendedores de tratamentos cura-tudo! Eu sou anormal, venham me entrevistar, achem um antídoto, façam um levantamento de pessoas com a mesma síndrome em relação ao total da população psiquicamente saudável de Plutão! O mundo não pode ficar por fora, é preciso informar o povo, é preciso escrever livros de auto-ajuda (quem sabe, até criar um Centro de Tediosos Frenéticos Anônimos ou chamar o Mc Marcinho, a Amy Winehouse e os ressuscitados Backstreet Boys pra gravar uma música composta pelo Tiririca cuja venda do single será revertida em prol do crescente número de acometidos pela anomalia... Ah, sim e, cuidado, você pode ser o próximo, não esqueça de virar os vasos da sua casa de ponta cabeça para que não se acumule água)!

Sindromis tediosus-freneticusis sapiens-não-sapiens: Distúrbio crônico do lóbulo de entretenimento cerebral que pode causar o inchamento do departamento de elaboração de abobrinhas mentais do córtex frontal.

Sintomas: Sentimento de tédio em 90% das atividades realizadas ao longo dos dias (sejam dias úteis, finais de semana ou feriados), mesmo quando essas atividades excedem a carga horária média para um ser humano moderno normal. Falta de surpresa e empolgação com eventos considerados super-fantásticos. Confusão quanto a planos futuros. Ofuscamento do passado. Excessivo trabalho mental de pensamento megalomaníaco em tudo, todos e todas as possibilidades possíveis e inimagináveis.

Causas: Ainda não se sabe ao certo, mas cobaias apresentaram pró-atividade 85% acima dos níveis normais verificados em formigas saturnianas saudáveis, preocupação 30% maior que a de mães em dias de chuva e vento, inquietude 25% maior que a de homens em shoppings, intensidade emocional 97% mais intensa do que a provocada pela exposição a sete horas seguidas de barracos do programa do Ratinho e novelas mexicanas.

Tratamento: Desaceleração da velocidade da luz, doses de 50 mg de chocolate meio-amargo 12 vezes ao dia, 10 horas semanais de trabalho voluntário, destensionamento do lóbulo de preocupações inúteis por meio de doses de risadas com amigos, amaciamento do córtex ocular de diversão imposta por meio do assopramento de dentes-de-leão de calçadas silvestres, aplicação do método da martelada na cabeça cada vez que o paciente disser “acho que estou ficando neurótico”, escrever textos como este em pleno horário de trabalho, desligar o computador, ligar para um amigo, tomar sorvete com caldas coloridas, dormir no sofá, falar consigo mesmo, olhar as estrelas.

Ao persistirem os sintomas, fale com o seu cachorro, eu falaria.*



*Quem não tem cão, caça com gato, galinha, iguana, borboleta, ácaro, centopéia ou ornitorrinco.**

**O Ministério da Saúde adverte: falar sozinho causa constrangimento hilário; não acredite em tudo o que você lê na internet (leu bem?).

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O SURTOO

h
ah
aah
aaah
aaaah
aaaaah
aaaaaah
aaaaaaah
aaaaaaaah
aaaaaaaaah
aaaaaaaaaaaaah
aaaaaaaaaaaaah
aaaaaaaaah
aaaaaaaaaaaaaaaaah
aaaaaaaaah
aaaaaaaaaaaaaaah
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah
aaaaaaaahahahahahahahahaha
hahahahahahahahah
hahahahahahahhahahahahhaha
huahauhauhauhauahuahauahuah
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAA

H

h

hh


pa
ss
oooou!


h
.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Nas condições ideais de temperatura e pressão

Preto no branco não tem borrão
e tudo tem uma explicação
Céu não tem cinza
Sim não tem não
Choro é de lágrima
Sorriso é de dente
Alegre é contente
Maçã é pecado
Cruz é redenção
Criança brinca
Adulto trabalha
Ponto final não é vírgula
Interrogação não exclama
Nada importa
porque não existe
E é tudo uma grande chatice

domingo, 13 de abril de 2008

A pesada leveza do não ser


Que só pesa porque somos e não podemos tê-la.

E o ventou levou: memórias como um bumerangue, mas trouxe de volta diferente, vem com a gente:

Por que deveríamos lembrar de certas datas ‘mais importantes’? Por exemplo, por que eu deveria lembrar da primeira vez em que o vi? Instante banal na profundeza do tempo. Pode ser que não fosse banal, mas não lembro - minha memória deve ter achado desimportante, ou só esquecido mesmo. Em vez, disso, lembro de quando o vi uns cinco anos depois daquela vez primeira. E foi uma visão certeira:

Ele estava da mesma altura, mesmo corte de cabelo, mas mais barbudo. Os olhos atrás dos óculos que antes eram só pra leitura. Pastas nas mãos mais maduras, que não carregavam trabalhos de escola como antes, mas pepinos de trabalho e idéias futuras. Só que a água dos cabelos molhados de chuva salpicava uma aura de descontração juvenil que era a graça sempre dele. Do que eu sempre gostei, que me ataca, de vez em sempre quando lembro de alguns momentos, às vezes. Então, naquela exata não sei qual vez que o vi, tive certeza de que era amor à primeira vista. Só podia ser e só podia ter sido.

Mas já que tudo é questão de duração, senti que dali a uns sete minutos, não seria mais. Que importava? Que importa? Talvez nem fosse ou tivesse sido. O fato é que só podia ser assim – amor desde a primeira vista - naquele momento, porque tinham ocorrido outras ‘vistas’, pra eu comparar com aquela. E dessa miscelânea inconseqüente, saltou uma recordação latente:

Um episódio qualquer em que tivemos aquela coisa doida de amar pura e adolescentemente. É que eu não preciso lembrar do nosso relacionamento todo de meses a fio pra lembrar de nossa história, posso resumi-la naquele capítulo e pronto. É quase como se criasse várias vidas dentro da minha vida. Naquela, foi assim, foi intenso e era só, só com aquele momento que nos preocupávamos naquela hora. Era aquele o assunto e ponto, uma cena bem-resolvida. Era uma realização. Naquele assunto amoroso-sexual-vivo apenas, mas totalmente. Os outros assuntos não existiam, trabalho, amigos, objetivos, fome, sede, calor, aquecimento global... nada mais tinha a ver conosco ali, só ali. Foi. E não perde a validade hoje nem depois de amanhã.

Claro que não posso resumir uma vida em uma realização, que nada mais é que um momento escolhido como tal. Então, o problema da vida parece mesmo ser duração; mas não ela sozinha, há também outro: multiplicidade. Organizemos essa desordem abstrata: dizia eu que a vida tem vários assuntos, pois bem, geralmente, quando nos realizamos ‘totalmente’ em um tema, há a supressão dos outros, uma separação momentânea que cria um momento infinito. Só que não dá pra escolher simplesmente um único tema, a vida nos joga eles múltiplos e nos preocupamos ora com um, ora com outro.

Então, ora eu diria que a felicidade da minha vida poderia ser resumida naquela realização amorosa, ora, felicidade seria uma roda de samba, outro dia, a conclusão de um trabalho, noutro a própria realização de uma atividade no dia-a-dia. Pode ser ainda abrir a janela e sentir o sol da manhã, saborear a comida das avós, tagarelar com os amigos por horas, dizer o que se pensa sem medo, lutar por uma causa, querer só ficar deitado na rede, pular de um morro pro outro, sentir o vento da chuva e o cheiro da grama. Viver é isso. E ‘isso’ é felicitar, ser feliz, felicidade, felizmente, com a participação de tristezas, incertezas, melancolias e alegrias.

Portanto, ciclicamente, chegamos à conclusão de que duração e multiplicidade não são apenas problemas da vida, são como sua condição. Já dizia o óvulo, que sem outro diferente, o espermatozóide, não se multiplicaria pra durar um tempo e ter momentos eternos.

Num momento, a gente pode ser leve, quase como se não fosse. E juntando esses momentos, que também são memórias, que não são mais, são não-seres, é que a gente é, pra sempre – e, ao mesmo tempo, multiplamente, não somos.

sábado, 5 de abril de 2008

Atutab Egroj

I

Jorge Batuta nasceu ao contrário. Chutava tanto a barriga da mãe que tentaram fazê-lo sair antes do tempo. Mas Jorge já era do contra antes mesmo de se conhecer por gente e ficou enrolando até dois dias depois do período máximo de uma gestação. O parto por cesariana estava marcado, mas aí foi ele que cansou de esperar e quis sair do seu jeito. Escorregou primeiro as pernas, depois a cabeça e quase escapou do colo do médico estupefato. Agüentou a dor e o susto das palmadas de ponta-cabeça e só começou a chorar quando foi abraçado confortavelmente pela mãe.

O mundo lhe parecia todo errado, a começar pelas pessoas e sua mania de andar com os pés no chão. Então aprendeu primeiro a plantar bananeira – imagine um bebê de dois anos de idade andando pela casa de cabeça pra baixo, apoiado nas mãos.

Mãe é sempre mãe, até quando o filho é do contra, por isso Marizete desconversava quando mencionavam as anormalidades do pequeno Jorge. A dona de casa e costureira nas horas vagas dizia que a criança havia herdado o dom do falecido avô, que trabalhara alguns anos no circo – só não mencionava que sua ocupação fora a de motorista do caminhão que levava a lona e o picadeiro, o que não requer nenhuma habilidade circense.

Seu Arlindo, o pai, preocupava-se especialmente com o momento de colocar o Batutinha nas escola. Se a família acostumara-se ao comportamento peculiar do garoto, as outras crianças de outras famílias provavelmente não se adaptariam facilmente. Quando chegou o inadiável primeiro dia de aula, Arlindo Batuta apresentou-se à sala de aula do filho duas horas antes do horário normal para uma conversa muito séria com a professora. Era preciso avisá-la das manias de seu filho, pedindo-lhe paciência extra com a criança, além de garantir que estaria à disposição para reuniões de pais e mestres sempre que necessário – afinal, não queria confusões que tirassem a bolsa de estudos do menino em uma das melhores renomadas escolas do país, que a empresa de calçados na qual trabalhava oferecia somente aos melhores e mais obedientes funcionários.

Sandrinha Solene levou um susto ao deparar-se com uma grande mão de operário oferecendo-lhe uma bela maçã vermelha, antes mesmo de poder alcançar sua mesa na sala 402. Soltou um gritinho atrapalhado que lhe arrepiou levemente os cabelos ruivos, compridos e ondulados na mesma medida em que acelerou o coração politicamente correto de Seu Arlindo:

- Bom dia, fessora! Tenho uma conversa importante pra ter com a senhora. Mas antes, aceita essa maçã e pode ir comendo, se estiver com fome, enquanto eu desabafo um causo da vida.
- Ahh, o senhor é pai de algum aluno? Seu...
- Arlindo Batuta, sou pai do Jorginho.
- Certo, Sr. Batuta, o senhor tem alguma preocupação em relação ao seu filho?
- Sabe o que é, dona...
- Sandra, Sandra Solene.
- Então, dona Sandrinha, o Jorge é um menino muito bom e esperto, nunca vi criança aprender tão rápido todo tipo de coisa! Mas ele é meio birutinha, tem uns parafusos a menos, sabe como é.. E às vezes fica um pouco teimoso. – Começou Seu Batuta, sem saber por que resolvera chamar a formosa moça pelo seu nome no diminutivo.
- Entendo, Sr. Batuta, mas isso é normal, as crianças nem sempre fazem sentido pra nós adultos, mas na verdade, muitas vezes são elas as mais espertas na maneira como lidam com o mundo. Elas têm uma inteligência que só nasce da pureza.

A professorinha certamente não imaginava o grau de peculiaridade ao qual Seu Arlindo se referia quando tentou explicar o temperamento do pequeno Jorge, mas logo o pai percebeu que seria inútil gastar mais palavras, uma vez que o garoto esclareceria tudo em dois minutos dentro da sala. Além disso, as poucas frases que lhe restavam na boca derreteram-se ao ouvir a doce resposta da educadora, que lhe soaram como música acariciando seus ouvidos cansados de vozes duras, os quais, nem sua mulher conseguia mais amaciar.

Foi a primeira vez que Arlindo sentiu algo fora das normas sociais, algo com um quê de proibido. Sentiu de maneira tão inédita que sequer percebeu o aviso do pecado que se aproximava.

- Agora acho melhor o Senhor se retirar, Seu Arlindo, pois logo as crianças chegarão e se houver um pai aqui dentro, todos os outros vão querer entrar e vai ser difícil retirá-los antes do final do dia. Afinal, é preciso que os pequeninos se acostumem ao novo ambiente longe de casa. – Discorreu Sandrinha, com leveza, retirando o homem do transe que ela mesma, sem querer, havia instalado em sua mente.

Batuta acenou com a cabeça e foi saindo, andando desajeitado de costas. Quando algumas sílabas finalmente voltaram a sua boca, já estava no corredor e murmurava a pergunta de quando poderia vê-la novamente, no exato momento em que esbarrou na barriga interminável da diretora da Escola dos Pinhais. Marieta Maledetta fazia sua ronda matinal, com o olhar habitualmente ameaçador a toda e qualquer criatura viva dentro de suas dependências e não deixou de assustar um pouco mais o pai aflito de Jorginho. O operário recuperou a compostura num sobressalto e saiu da escola direto para o trabalho a passos firmes.

Não havia tanto com o que se preocupar, Jorginho habituou-se incrivelmente bem ao sistema escolar – sem que precisasse se adaptar a suas regras. Decidiu, assim que pisou na sala de aula, que não tinha vontade de ficar sentado enquanto a professora escrevia pra lá e pra cá na lousa. Antes de gastar esforços em vão tentando prender o garoto a uma cadeira, Sandra teve uma idéia melhor: transformou Jorginho em seu escrivão oficial, estava encarregado de escrever com o giz tudo o que a professora mandasse – ou melhor, tudo o que ela quisesse, segundo o menino, pois para ele mandar não tem razão de ser, as pessoas apenas expressam suas vontades, hora um atende as vontades dos outros, hora os outros atendem as suas.

É claro que os outros alunos também se candidataram ao cargo de escrivão e Sandra deixou-os experimentar a função. Mas, um por um, foram desistindo, devido ao cansativo regime de escrever e apagar giz poeirento o dia todo. O único que não desistiu foi o pequeno Batuta, em vez disso, tornou-se uma verdadeira máquina de escrever e adquiriu vasto conhecimento gramatical antes que o resto das crianças aprendesse a separar as sílabas com facilidade.

A hora o recreio não podia ser hora de correr e pular para Jorginho, ele já fazia isso pra alcançar os cantos da lousa durante as aulas, então, sentava-se à carteira enquanto comia seu lanche ou brincava de fazer lição de casa fora de casa – só pra ser do contra.

***